E como o Benfica preferiu o «Torneio dos Campeões» do Rio à Taça Latina, coube ao Belenenses — mais uma consolação — disputá-la. Na meia-final, jogo quente entre o Real Madrid e o Belenenses. Ganharam os espanhóis por 2-1, mas foi vitória sem brilho. Aliás, em Paris, apenas Matateu fulgurou, de tal modo que o L'Équipe não deixou de acentuar: «Perante os portugueses, o Real esteve muitas vezes em dificuldades. Di Stéfano, a despeito da sua classe e da sua reputação, perdeu o sorriso frente ao negro Matateu, que se comportou como um atacante terrível pela sua mobilidade e prontidão de tiro.» Depois, contra o Milan, mais uma derrota: 1-3. Mas, outra vez, o fascínio de Matateu — o brilho do ouro negro na Cidade-Luz. E, para o Belenenses, uma saborosíssima vitória adicional: a Taça Latina batera todos os records de receitas, gerando cerca de 3.200 contos, maquia que seria dividida por quatro.
In História de 50 anos do desporto português. Edição “A BOLA”