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Brilhante ! o avançado-centro Andrade - a última revelação belenense - é um astro que nasceu para o jogo de futebol

➤Coimbra, 10 de Março de 1946. Campeonato Nacional de Futebol, 13ª jornada. Jogo no Campo do Lusitânia, que registou boa assistência. Do Porto veio o juiz do encontro, o sr. Abel da Costa. Os grupos alinharam:
⛹Belenenses - Capela; Vasco e Feliciano; Amaro, Gomes e Serafim; Armando, Quaresma, Andrade, José Pedro e Rafael.
⛹Académica - Jacques; Albino e Mário Reis; dr. Oliveira, Brás e António Maria; Ângelo, Azeredo, Garção, Joaquim João e dr. Lemos.  
⚽Marcadores: 0-1, aos 23' por Quaresma; 0-2, aos 26' por Rafael; 1-2, aos 75' de «penalty» pelo dr. Lemos; 1-3, aos 83' por Andrade. Resultado final: Académica, 1 - Belenenses, 3.

Vitória do Belenenses (5-2), Elvas deixou boa impressão

1 - Uma oportuna defesa de Semedo que Andrade procura estorvar. 2 -  Armando, um bom extremo direito, não consegue bater o defesa esquerdo elvense. 3 - Uma curiosa defesa de Semedo. 4 - Um dos «goals» do Belenenses, marcado por Andrade. 5 - Sério desvia na melhor altura um remate do avançado centro visitante.
⚽Jogo nas Salésias, 24/02/1946 - 11ª jornada (última da 1ª volta) do campeonato nacional de 1945/46. Assistência regular. Árbitro: Jaques Matias, de Setúbal. As «équipes»: 
⛹Belenenses - José Sério; Vasco e Feliciano; Amaro, Mário Sério e Serafim; Armando, Quaresma, Andrade, José Pedro e Martinho. Treinador: Augusto Silva 
⛹Sport Lisboa e Elvas - Semedo; Rana e Fernandes; Ameixa, Alcobia e Rebelo; Morais, Massano, Patalino, Aleixo e Proença. 
⚽Marcadores: 1-0, aos 3' por Martinho; 2-0, aos 25' por Andrade; 3-0, aos 29' por Armando; 4-0, aos 42' por Andrade; 5-0, aos 61' por Armando; 5-1, aos 63' por Patalino; 5-2, aos 65' por Massano. 
Resultado final: Belenenses, 5 - S.L.Elvas, 2. 
➤ Martinho (António Martinho Coutinho) representou o Belenenses 2 épocas: 1946/47 e 47/48, transitando para o Sp. da Covilhã, cidade de onde era natural. 

Revivendo as façanhas do passado no Estádio do Restelo

Sala de Troféus do Clube de Futebol «Os Belenenses», Dezembro de 1997. Convívio dos campeões nacionais de futebol de 1945/46, aquando duma reportagem do jornal «A Bola»
De pé: Artur Quaresma, Mário Sério, Vasco Oliveira, José Sério, António Feliciano. Agachados: Mário Coelho, Manuel Andrade e José Pedro

Andrade e Marinho Peres nas Salésias

23 de Setembro de 2002, uma delegação de Belenenses visita as Salésias. Entre eles, o campeão nacional de futebol, Manuel Andrade que conversa com Marinho Peres, na imagem de autoria de Pedro Zenkl

Clique aqui para ler uma entrevista dada recentemente por Manuel Andrade

Um lance onde tudo é perfeito e prodigioso de harmonia!

Eis uma imagem, bela e movimentada, do encontro das Salésias entre o Belenenses e o FC Porto ! Três figuras destacadas interveem na jogada: Barrigana, o guarda-rêdes em boa «forma» que executa a defesa, cobrindo a bola com o corpo, como mandam os cânones; Andrade, atrevido e ousado, não renunciando à luta senão no último instante; e Guilhar, atento e observador. Tudo neste lance é perfeito e prodigioso de harmonia !

Capa da revista «Stadium» de 4 de Dezembro de 1946

O célebre golo de ANDRADE ou a evocação pitoresca dum memorável BELENENSES - BENFICA no ano em que os AZUIS foram campeões


Domingo, no cenário pulcro do Restelo, eclodirá, finalmente, o que por essas ruas, essas tertúlias, esses «mentideros», se intitula o «desafio do ano». Exactamente, o Belenenses - Benfica, que, entre outras coisas, terá a virtude, espera-se, de «dizer muita coisa» sobre o título deste ano…
Chegados ao peristilo do grande acontecimento, olha-se para trás e logo nos sorri, na alfombra das recordações, facto ou figura de singularidade relevante. É afinal, missão do jornalista: ir à cata do sugestivo e do «engraçado» até nos planos mais inverosímeis.
O Belenenses - Benfica do próximo domingo (1 de Fevereiro de 1959) sugeriu-nos a evocação de um célebre golo que deu, há anos, ao clube do Restelo, um título de campeão nacional de futebol.
Andrade, avançado-centro dos «azuis». e Martins, guarda-redes do Benfica, foram as figuras centrais desse lance memorável, vivido nas Salésias num «clima» de rara intensidade emocional.
Não foi difícil localizar, há dias, em Lisboa, os protagonistas do «filme» desse golo decantado (da autoria de Andrade, hoje no Estoril-Praia…). Da troca de impressões, curiosíssima, que com ambos os jogadores sustentámos, reproduzimos o que se segue:
«…Parei-a com o peito e atirei rapidamente ! »
Andrade, o Andrade da época de 1945-46, era a «coqueluche» dos «azuis». O encontro com o Benfica era decisivo. Impunha-se ganhar…
Eis o relato interessante do jogador:

- Aconteceu na 2ª metade do desafio. Um centro de Rafael, lançado da esquerda encontrou-me esplendidamente situado para desfechar o remate. O golo ficou a dever-se a um curioso «acidente»: eu acabara de receber instruções (do treinador Augusto Silva), para abandonar o posto de avançado-centro e fixar-me na posição de extremo-direito, por troca com Armando. Quando me encaminhava para perto da linha lateral, mais ou menos na posição de interior-direito, a bola «apareceu-me», pelo ar, vinda do malogrado Rafael. Parei-a com o peito e atirei rapidamente…
- «Fechou» os olhos?
- Não! Vi nitidamente a bola a tocar as malhas. O que não posso precisar é se o Martins chegou ou não a tocar a bola com as mãos…
- Qual dos seus companheiros correu primeiro, para si, a felicitá-lo ?
- Creio que… o Quaresma, meu grande amigo e inestimável conselheiro nos meus primeiros tempos de jogador titular do Belenenses.
(uma breve pausa, Andrade como que «sacode» de si próprio as recordações) Desabafou:

- Não sou futebolista que vibre muito com os acontecimentos. O panorama desportivo no nosso país enferma de males revoltantes. A critica, por seu turno, deixa bastante a desejar. Vive apoucada, sem uma opinião própria e independente. E, quanto aos organismos superiores do desporto… é o que se sabe. A Federação aplicou-me um castigo de 6 meses e, mau grado as instâncias superiores do meu clube, o Estoril-Praia, que lá lhes deixou os tais mil escudos de «depósito». o assunto não ata nem desata.
Enfim - concluiu Andrade numa atitude displicente - acabo de evocar uma página agradável (o golo das Salésias !) num momento particularmente desagradável da minha vida desportiva…
Martins apercebeu-se do «cambio» de Andrade…
O homem que nesse memorável Belenenses - Benfica guardou a baliza dos «encarnados» (e sofreu o «golo do campeonato»), também falou. Martins relatou o «espectáculo» do golo de Andrade sem poder disfarçar um sorriso de «contrariedade»:
- Sei que foi um centro da esquerda, talvez obra de Quaresma ou Rafael. O Andrade, que fora destacado para a extrema-direita, apanhou-me só e, meu amigo…
- O Martins fez-se ao remate ?
- Sem dúvida. Ainda toquei a bola com os dedos. Entrou nas redes depois de ressaltar contra o poste…
- Não esperava o remate do lado de Andrade ?
- Pois não ! Eu estava a cobrir o ângulo mais exposto à infiltração da «esquerda» belenense…
Martinho e… Costa Pereira !
Consumada a evocação uma pergunta velada, trémula, insinuante, fica a ensombrar o ânimo das hostes benfiquistas: «E se o Martinho se lembra de fazer o mesmo ao Costa Pereira ?!...»
Por Luís A. Ferreira na revista "Sport Ilustrado" de 28 de Janeiro de 1959

A melhor equipa de sempre do Belenenses

 Página do "Record" de ontem, 26 de Maio de 2010
Goleador Andrade recorda o título de campeão nacional de futebol, fez ontem 64 anos: «No final do jogo vi directores e jogadores a chorar, o Amaro e o Rafael não paravam»
"O Elvas marcou no 1º minuto; os golos de Quaresma e Rafael valeram a reviravolta" Artur Quaresma: "Todos queriam vencer-nos" José Sério: "Havia pessoas nas árvores"

Como eram os homens do Belenenses que metiam respeito


  • José Sério: O homem que garantiu com inegável qualidade a transição entre Capela e José Pereira. Fez 144 jogos para o Campeonato, foi uma vez internacional A – com a Espanha, a 21 de Março de 1948 – e jogou 3 partidas em 1945/46. Entre os presentes no encontro promovido por “A BOLA” foi o único a viver, como jogador, os momentos difíceis do Campeonato perdido, a quatro minutos do fim, em 1954/55.
  • Vasco Oliveira: Uma das Torres de Belém. Internacional – dois jogos na Selecção A, com a Inglaterra (25-5-1947) e com a Espanha (21-3-1948) -, estreou-se no Campeonato na época 1942/43. No ano do título, foi totalista (22 jogos) e os companheiros fazem-lhe a justiça de o considerar o responsável pela vitória em Elvas, na última jornada, no jogo que marcou o triunfo no Campeonato – iniciou os lances dos dois golos.
  • António Feliciano: Um dos expoentes do futebol português da sua geração. Foi 14 vezes internacional e chegou a ser considerado, pelo L’Equipe, em 1947, o melhor defesa-central da Europa. A mais famosa Torre de Belém esteve 15 anos no Belenenses.Passou por vários clubes até se tornar responsável pelas camadas jovens do F.C. Porto, clube ao serviço do qual foi um ganhador de títulos e um grande fabricador de “campeões”.
  • Mário Sério: Chegou mais cedo à equipa principal que o seu irmão, o guarda-redes José. Em 1943/44 fez um jogo a contar para o Campeonato, o primeiro dos 18 que fez nas quatro épocas em que participou em encontros referentes à prova maior do futebol português. Na sua posição o Belenenses tinha jogadores de grande craveira, Mariano Amaro acima de todos. Na campanha do título teve duas presenças.

  • Mário Coelho: Chegou ao Belenenses em 1943/44 e saiu em 1947/48, período no qual, para além do título nacional, ganhou dois Campeonatos de Lisboa. Era um extremo direito com enorme talento e na época de ouro do clube participou em nove partidas, marcando quatro golos. Acabou a carreira, como federado, no Estoril. Entre 1972 e 1974 fez parte da direcção do Belenenses, presidida por Baptista da Silva.
  • Artur Quaresma: Um dos mais completos avançados portugueses das décadas de 30 e 40, jogador de talento acima da média. Jogou cinco vezes na Selecção Nacional e apresenta com a camisola azul um total de 154 jogos e 71 golos – partidas a contar para o Campeonato. Na campanha que deu o título ao Belenenses, foi totalista e marcou 14 golos. Tem uma impressionante carreira como treinador ao longo de 35 anos.
  • Manuel Andrade: Curta mas intensa passagem pelo Belenenses. Fez 31 jogos e marcou 27 golos, com uma particularidade interessante: na estreia, precisamente em 1945/46, com 18 anos, marcou os três golos da equipa na vitória sobre o F.C. Porto (3-2). Nessa época participou em 14 jogos e apontou 19 golos – melhor marcador do campeão. Despediu-se das Salésias em 1947/48, para acabar no Estoril, com 27 anos.

  • José Pedro: Um artista do futebol, sobre quem recaíam comparações, pelo estilo, com Alejandro Scopelli. Jogador de técnica apuradíssima, José Pedro marcou uma época. Ao todo fez 81 jogos e marcou 42 golos. Na temporada do título, foi chamado por Augusto Silva 13 vezes, apontando seis golos. Em 1946/47 saiu do Belenenses. Decidiu pendurar as botas. Em 1948/49, porém, fez um jogo pelo Benfica.

Reportagem do jornal "A BOLA" de 16/12/97, enviada pelo Amigo do BI, Joaquim Caetano.

Os Campeões Belenenses de 1945/46, reunidos no Restelo em Dezembro de 1997

De pé e da esquerda para a direita: Mariano Amaro, Serafim das Neves, António Feliciano, Augusto Silva (Treinador) Vasco Oliveira, Francisco Gomes e Manuel Capela. Agachados: Armando Correia, Artur Quaresma, Manuel Andrade, José Pedro e Rafael Correia
José Sério, António Feliciano, Artur Quaresma, Manuel Andrade, José Pedro, Mário Coelho, Mário Sério e Vasco
  • Reportagem do Jornal "A BOLA", de 16/12/1997